Marcelo discursa pela última vez no 10 de junho. “Não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro”.

Marcelo Rebelo de Sousa discursou pela última vez no Dia de Portugal como Presidente da República, esta terça-feira. Numa intervenção com cerca de 10 minutos, o chefe de Estado destacou Lagos como “um lugar simbólico de história”, que leva a recordar “os quase 900 anos da pátria comum e o orgulho daqueles que a fizeram vindo de todas as partes”.
O Presidente começou por agradecer a todos os povos que fizeram parte da pátria portuguesa, e afinou pelo mesmo diapasão do discurso de Lídia Jorge, que o antecedeu, ao dizer: “Não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro”.
Portugal, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, é uma “mistura” feita pela passagem de vários povos. “Nós somos portugueses, somos universais. E somos universais porque somos portugueses”, afirmou.
Continuou no seu elogio aos portugueses, “experientes, resistentes, criativos, heróis nos momentos certos, capazes de falar línguas, de entender climas e usos, de conviver com todos, de fazer construindo dia a dia pontes”.
Assim, e perante um “novo ciclo”, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “temos o dever de nos recriar, de nos ultrapassar, de cuidar melhor da nossa gente. (…) cuidar do mar, dos oceanos, essa valia que é muito nossa, portuguesa e universal”.
Para o Presidente da República, “recriar Portugal é, no fundo, ler os Lusíadas. Recordar o passado, mas apostar no futuro”.
“Este recriar Portugal é a nossa obrigação primeira neste novo ciclo da nossa história, 50 anos depois de termos chegado á democracia, à liberdade”, disse ainda.
A terminar, fez uma referência especial aos militares para destacar a condecoração ao general Ramalho Eanes, com o grande-colar da Ordem Militar de Avis.
“Somos a pátria que vive em liberdade e democracia feita por esses soldados. É essa gratidão que queremos testemunhar, condecorado quem foi protagonista de Novembro, Capitão de Abril, combatente em África, Presidente da República”, destacou.
Jornal Sol